quarta-feira, julho 25, 2007

sob
eram maçãs a voar, sem que ninguém necessitasse de se desviar ou condicionar a marcha, porque tudo parecia fazer parte de um sistema. apanhá-las e morder-lhes o segredo até ao caroço é que era impossível. e elas estavam ali a pairar sobre a a cidade. visíveis, tangíveis a um esticar de braço, mas não apreensíveis. todos caminhavam sob o seu nível e ninguém se lembrava de as ter semeado para que pendessem sobre as cabeças. era assim. desde o início.

quarta-feira, julho 18, 2007

coisas

fazer de qualquer coisa interessante uma coisa fundamental é fundamentalmente uma coisa apenas qualquer.

sábado, julho 14, 2007


adoro este desenho desde que me lembro de o ter visto. há uns anos que não escrevo uma carta. qualquer instinto redactor que tenha, atira-me logo para a frente do ecrã, para afundar teclas. já se tornou quase inevitável. não gosto muito disto.

quinta-feira, julho 12, 2007

enquanto penso no estatuto espiritual de barman

quarta-feira, julho 11, 2007

a propósito de umas linhas abaixo: claro que é central! estava ensonada, há pouco. a confiança depositada numa confissão e a parcela alheia que o confessor passa a adquirir são elementos presentes tanto no bar, como no reencontro. o problema ocultação vs revelação é central, sim. eu é que demorei mais tempo no bar, foi isso.

há muito para dizer, mas uma mistura de falta de tempo, organização e tempo de maturação obrigam-me a não dizer nada hoje. nunca me tinha equiparado a um barman, no entanto, ontem, enquanto via Benedito a ouvir confissões, sorria, de fora da tela. sobretudo com aquela do destino. e nada disto é central no filme - creio eu - mas o sujeito que percepciona...

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terça-feira, julho 10, 2007

já há uns meses inverneiros atrás falei do apreço crescente pelo meu cachecol, porque ocultava risos autistas em praça pública, que não abonariam a favor de uma menina passante. os risos mantêm-se, longe de tirarem férias, arreigam-se com literal e etimológica radicalidade. de pescoço ao léu, resta-me a encenação de tosses repentinas ou de buscas à mochila, que justifiquem um baixar de cabeça. tenho ousado mais a partilha, com espécies que me parecem andar perto de algumas percepções. e sinto a realidade a dilatar. pode ser um risco partilhar certas vozes, mas a boa colheita de ressonâncias tem-me feito concluir que faltam cumplicidades, porque fluem medos infundados - mas talvez por isso poderosos - por dentro das nossas veias. perde-se sempre. e andam muitos com vontade de expirar no bolso.

segunda-feira, julho 09, 2007


Ricardo II, de Shakespeare, ontem à tarde. assutei-me com a baliza, logo à entrada, ali sob tecto régio (e a beleza do tecto do TNSJ a sobrepor-se na minha mente) mas, ao contrário do meu desagrado geral em relação às últimas actualizações de cena que tenho presenciado, desta vez, aderi. na finalização, com pena, voltei a sentir o desejauste do ritmo (ou foram aquelas danças que tingiram o resto?). mas os textos deste senhor merecem sempre ser lidos. aceitam-se empréstimos em inglês, com contrato de devolução tardia.
inspirar e expirar ao longo do aspirar

sexta-feira, julho 06, 2007

o coração isto, o coração aquilo, mas no estômago é que são elas, seja qual for a matéria...

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quarta-feira, julho 04, 2007

rapinar>


in a 18th century drawing room, raymond scott

terça-feira, julho 03, 2007

ginásio II (mensalidade de julho)
Porto, 27 de Novembro de 1993
Não recuses nenhum dos teus limites, só
eles dizem a grandeza do que tens.
O livro do Joaquim, Daniel Faria>

segunda-feira, julho 02, 2007

do Renoir pai
Festa árabe em Argel (A Casbah), 1881

domingo, julho 01, 2007

La nuit du carrefour
Jean Renoir

o nevoeiro na tela de projecção - o nevoeiro nos genes, só há pouco tempo me apercebi de que era filho do Renoir do nevoeiro colorido das telas dos quadros - em sintonia com o nevoeiro na minha retina de sábado ao fim da tarde. há horas assim: de reduzida visibilidade para o redor e para o amanhã. sabe bem a suspensão de alguns momentos.

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