terça-feira, março 27, 2007

acto de contrição
- sobe o pano -
entra em cena e bate com a mão no peito.
- cai o pano -
a plateia, invulgarmente lotada sendo dia de semana, sai com ar saciado.

sábado, março 24, 2007

Statue of Liberty
Moon rises and sets
In the real world
Islands and hurricanes
Wind blows in fort jersey
It floats across the pave
Into the open ocean
It's a good day
To run away
Freedom is a scary thing
Not many people really want it
Me I keep my distance
I'm always near
That's just my way
Cool water
That's just another speckle on horizon
Just another speckle in the sea
Cool water
Cool wind
Statue of liberty
Stands in the harborHolding her torch
Hello goodbye
To all the men and women
Who pass through her port
Into the open ocean
Just another speckle on horizon
Just another speckle in the sea
Cool water
Cool wind
Freedom is a scary thing
Not many people really want it
Laurie Anderson

sexta-feira, março 23, 2007

a Preguiça quis saber a Resposta através da Pergunta, esta, indignada, exigiu respeito pela sua identidade; voltou-lhe as costas, continuando abraçada ao Ponto de Interrogação que lhe acarinhava o cimo da cabeça, inclinado em curva na parte superior da sua forma. a Preguiça achou melhor tomar um café e procurar o Ponto Final que serviria de fronteira resolvida à Resposta que procurava. tem cada uma a Preguiça...

quinta-feira, março 22, 2007

submerso>

quarta-feira, março 21, 2007

Le Mépris
Jean-Luc Godard


post de alta responsabilidade.
escreverei mais tarde.

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domingo, março 18, 2007


kapur tree. dryobalanops aromatica. malaysia. 1997
stuart franklin

é difícil encontrar legendas de gratidão.
tento assim.

quinta-feira, março 15, 2007


hoje de manhã, enquanto tentava abafar o barulho dos carris do metro com os meus phones, lembrei-me muitas vezes do seu - ou do de um outro que se fez seu punho para escrever a Biblioteca de Babel - Homem do Livro. ontem, mesmo que só depois de terminar a conversa me apercebesse, estive quase meia hora a tentar explicar coisas simples, com toda a inacessibilidade prática que da maior parte delas advém, que desembocavam nesta questão. sintonia. bom dia!

segunda-feira, março 12, 2007

eu procuro
tu não sei
ELE é
nós discutimos
vós talvez
eles não

sábado, março 10, 2007


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a média das conversas: o descontínuo.
mas no fio de malha tingido a azul não.
tanto basta.

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quarta-feira, março 07, 2007


( e se eu pensar no meu voo?)
O cosmólogo britânico Stephen Hawking, portador de uma doença degenerativa que o deixou numa cadeira de rodas ainda jovem, planeia fazer um voo atmosférico em gravidade zero a 26 de Abril. O voo serve de preparação à já anunciada ida ao espaço, prevista para o início de 2009. Com a experiência, Hawking, 65 anos, que para além da cadeira de rodas está dependente de um sintetizador vocal para falar, pretende mostrar que as barreiras físicas não podem ser restritivas, referiu numa recente entrevista à edição on-line do diário New York Times.

Público, 2 de Março de 2007

segunda-feira, março 05, 2007


Journal d'un curé de campagne

Robert Bresson
o meu processo de digestão. silenciosa. o que mudou desde o tempo em que um filme destes me abalaria e o passado sábado, em que o filme foi projectado na cinemateca, ou seja, o tempo do meu ciclo de hoje? muito. a mutação deve ser invisível ao redor de olho nu mais distraído, provavelmente. ainda assim, muito mudou. o filme ficou selado tanto na retina estética como na coronária.
em paz. porque
tudo é graça.
a graça levar-me-ia mais longe, mas por ora, por este formato, paro aqui.


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sexta-feira, março 02, 2007

Vista de mar para poente, na ilha de São Jorge - Rui Cunha
Cais#116, Fev 2007 p. 13

olhavam a árvore e o precipício de mar. estavam no cimo de uma outra árvore, sobranceira àquela porção de superfície. estas coordenadas inspiravam sentimentos demiúrgicos, como se tudo estivesse a ser contemplado do tecto do mundo. a verdade é que um salto mais abaixo, o solo do tronco que lhes suportava a planta dos pés era todo um declive de partículas de pó e húmus a acabar num côncavo cheio de água, e as raízes que ancoravam o miradouro eram da árvore, não dos seus corpos. ainda bem: o desejo de itinerância tem sempre uma seiva mais forte e nem a altura mascara a univocidade do cenário, já que a abrangência, sendo grande, não deixa de ser fragmentária. lá em baixo era mais baixo; era baixo, era novo. combinaram fazer o mútuo favor de rebolar monte abaixo, desenhando pistas de passagem vizinhas, mas diferentes. olhar do cimo da árvore era demasiado seguro para não ser pobre e pequeno. quando parassem, depois passar tontura, então regresariam àquele nó de galhos da parte esquerda do tronco da árvore, contando tudo o que haviam visto. quem chegasse primeiro, esperava e o máximo que poderia fazer seria assobiar para assinalar o retorno.