quarta-feira, julho 25, 2007

sob
eram maçãs a voar, sem que ninguém necessitasse de se desviar ou condicionar a marcha, porque tudo parecia fazer parte de um sistema. apanhá-las e morder-lhes o segredo até ao caroço é que era impossível. e elas estavam ali a pairar sobre a a cidade. visíveis, tangíveis a um esticar de braço, mas não apreensíveis. todos caminhavam sob o seu nível e ninguém se lembrava de as ter semeado para que pendessem sobre as cabeças. era assim. desde o início.

10 Comments:

Blogger Gonçalo Veiga said...

Então e essa leitura do Kimpling?!

25 julho, 2007 17:43  
Anonymous Anónimo said...

Este seu texto (incluindo nisto o gosto exclusivo pela minúscula) lembra-me um certo pós-surrealismo tendencialmente metafórico, próximo de algumas coisas que em tempos publiquei, sob pseudónimo. Agradeço-lhe, por isso, este reencontrar(-me) com um antigo prazer da escrita. Muito obrigado - e por favor, leia a minha próxima coluna no Público.

25 julho, 2007 21:24  
Anonymous Anónimo said...

gostaria que desvendasse mais, o simbolismo da maça.
o que raio é a maça?

25 julho, 2007 22:42  
Blogger Gonçalo Veiga said...

O Eduardo Prado Coelho lê o teu blog?!

Epá, tenho que começar a rever estes meus contactos! :p hehe

Tu mereces :)

26 julho, 2007 00:14  
Blogger un dress said...

pois...habituámo-nos a olhar pra baixo...

resignámo-nos...



beijO

26 julho, 2007 10:04  
Blogger icendul said...

gonzie:

1.gosto sobretudo dos arcaísmos - art, thou, hast! - da imagem de mowgli a tirar espinhos das patas dos lobos:P está em marcha lenta, a leitura, para que te possa dar um parecer mais profundo. tenho passado os dias a rever texto a ser editado, pelo que chego à noite com a retina entupida,infelizmente:/

2. ai, ai, a blogosfera...

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"carum"

[prezo o género neutro latino nestas circunstâncias, por razões que deve entender]

prado coelho, "e." - electrónico -

lerei, como é meu hábito, a sua coluna, agradecendo, desde logo, tanto a próxima como as publicadas. a partilha de sintonias é sempre amplificante: faz-nos saber que há gomos de nós em gomos dos outros, sendo tudo, no entanto, preservado pela sui generidade, não é verdade?

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pensarcusta: ai se eu soubesse... e o caroço do texto é mesmo esse: o mistério.

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un dress: não nos resignemos, pacifiquemo-nos dentro da inquietação. gosto mais assim;)

26 julho, 2007 15:27  
Anonymous Anónimo said...

bem aventurado aquele que ainda é capaz de ver as maças-voadoras, prometendo as mais belas revelações após uma trinca : )) Espectro*

28 julho, 2007 02:49  
Blogger ~pi said...

maçãs voadoras alucinadas...:)

28 julho, 2007 17:05  
Anonymous Anónimo said...

Texto de grande sensibilidade. Brilhante.

29 julho, 2007 23:11  
Blogger icendul said...

ao espectro, a ~pi e à voz de nome calado, agradeço a visita, escrevendo "gomo de maçã" para oferecer e retribuir:)

01 agosto, 2007 01:02  

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