quinta-feira, maio 27, 2010

hoje de noite, a justaposição da lua à antena da RTP, cintada de luzes, vista à distância lateral do fim da avenida da república, junto a santo ovídio, cristalizaram-me uma espécie de figura geométrica luminosa na retina. antes de me deitar, ainda com a imagem da lua, vim ouvir um pouco de música, como é hábito. lembrei-me deste lobo.

fermento
ando a fermentar qualquer coisa que ainda não descobri. sei apenas que tal me impede de cá vir com mais assiduidade. não é boa. não é má. é qualquer coisa com a dignidade original de primeira existência. passo apenas para deixar um rasto de dedo no pó que se acumulou nestes dias aqui na casa. espero que se respire bem do vosso lado da leitura.

domingo, maio 16, 2010

prescindir
por vezes, é justamente quando se abdica de querer desvendar o mistério do outro que ele se revela, como que retornado de uma praia de nudismo, com a toalha debaixo do braço e havaianas de cor viva.

sexta-feira, maio 14, 2010

ar condicional. ar condicionado.

sábado, maio 08, 2010

quem as não tem
as cartas de contrição deviam ser escritas em papel higiénico, papel absorvente, no pano do pó, em espiral, no cabo da vassoura ou em qualquer outra superfície da categoria limpeza, à descrição.

domingo, maio 02, 2010

amores
dos amores em que ando com o livro de swami rama sobre a psicologia universal inerente à bhagavad gita, somam-se os filmes que não fui ver, os livros adiados sob pó na mesinha-de-cabeceira e os cafés amigos por beber. há algum tempo que não tinha uma paixão destas. os sintomas são o clássico do costume: um apetite voraz de ler mais e mais páginas e uma quase indisponibilidade para qualquer outro objecto. sabia muito pouco sobre o hinduísmo. pouco sei, ainda agora. esta viagem de papel, contudo, marca um encontro com meia dúzia de vértebras minhas que, sem que eu o soubesse, já procuravam ler as reflexões do livro há muito tempo.