quarta-feira, abril 30, 2008
quinta-feira, abril 24, 2008
só para permanecer no mesmo recado: SEM internet!
até segunda-feira, se a portugal telecom quiser...
segunda-feira, abril 14, 2008
Yasujiro Ozu
sem net. ainda. a saga continua. nunca como na última semana vigiei os movimentos em torno do poste telefónico da rua com tanta atenção... passo aqui apenas para registar um momento alto da passada sexta-feira, no cine-estúdio do campo alegre.
Etiquetas: lanterna mágica
quinta-feira, abril 10, 2008
oh clix!
oh poste telefónico!
oh modem!
oh pt versus novis!
oh usb!
oh teste de central!
oh serviço de atendimento ao cliente!
oh obrigado pela sua preferência!
oh username!
oh pc público!
ESTOU UMA FERA!
ou seja: responderei às últimas visitas assim que a minha linha telefónica cessar a sua convalescença.
quinta-feira, abril 03, 2008
quarta-feira, abril 02, 2008
cadeira indiscreta
a do dentista. a legitimidade que o contexto clínico dá a um dentista para se aproximar do rosto do paciente e espreitar-lhe os meandros da boca. não há nada de mal em olhar para o interior da boca de alguém. o gesto não suscita sequer pruridos ou vergonhas no momento das inevitáveis e autorizadas tangências. com o dentista pouco se tricota, ao contrário do que se passa com médicos de diferente maleita, com o padre ou com o advogado. a boca está ocupada. aberta, sempre aberta, sem, porém, poder articular sentidos. se não estiver a aguentar, faça sinal com quê? com o braço, é evidente. erguê-lo, com a maior calma possível, para que se não converta em safanão, por reflexo à dor que pode ser infligida. a boca do dentista, velada por uma cortina asséptica, pouco fala, e quando fala há um filtro acústico na comunicação. a máscara é uma barreira. mas e os olhos? nem no oftalmologista, onde há apenas uma lanterna perscrutadora de permeio, a proximidade é tão grande do rosto do paciente. quem se senta na temível cadeira tem os olhos do especialista a sobrevoar a boca, uma parte do rosto. o design dos dentes, desprovidos de derme e em exposição, talvez anule a existência das portas dos lábios e se mostre agressivo, osseamente biológico, sem mais. noutros contextos, porém, se surpreendemos um interlocutor a olhar para esta área do rosto, é inevitável sentir um constrangimento. aqui não. de baixo, quem toma o assento de enfermo, suporta com outro suportar os olhos do dentista, rigorosos, cirúrgicos a espreitar cá para dentro. podemos fechar os olhos, mas se os abrirmos, nem que seja por uns segundos, sabemos com que contar: há olhos de outro postos em nós. não há qualquer constrangimento, (ou talvez algum, proximidade é sempre proximidade) como haveria se a consulta já tivesse terminado e a uma maior distância o ponto de focagem fosse igualmente a nossa boca. na cadeira, não. mas por alguma razão evitamos olhar para os olhos que estão a olhar para a nossa boca. acima. para dentro.