domingo, fevereiro 27, 2011


os mais saborosos
há momentos em que o conjunto de todas as vivências, longe de mostrar consequências óbvias da série de acontecimentos experienciados, desemboca numa era imprevisível, numa espécie de quarto que de tão arrumado acaba por ficar despojado, reduzido a uma matriz essencial. talvez seja nessas alturas que há espaço para acolher o que realmente importa daí para a frente. e os feixes de sol e de luz que a janela de sempre vai coando, sem programação, são os mais saborosos.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

caber no outro pela mão

hoje vi-me a dedos com a operação de reforçar em papel vários registos a lápis com uma caneta, contornando e pintando as letras que uma mão totalmente desconhecida havia escrito nuns exemplares que tinha de rever. tudo isso me soube a exercício de outramento, de descentramento. escrever muito devagar para seguir o trilho dos contornos da caligrafia alheia, controlar a formatação natural do meu punho, para caber na palavra. caber no outro pela minha mão. saber o tamanho e os recortes de um "não-eu" pela minha mão.

sábado, fevereiro 05, 2011

tenho a impressão de que o coração tem estômago para muito mais do que isso.