quinta-feira, maio 29, 2008

o assalto & a mente armada

o assalto vangloriava-se de ser capaz de subjugar a mente. por completo. sem grandes fundamentações, de modo intuitivo, condizente com a sua própria fibra emocional, divertia-se a atravessar paredes mentais para semear estados de alteração súbitos. a mente sabia que a implantação do seu método de defesa seria não-imediata, de modo organizado, condizente com a sua própria fibra racional. levantava-se todos os dias cedo para se exercitar. saía sem saco, porque não gostava do espaço fechado e artificial do ginásio. corre o dito que costumasva vestir umas claças de fato de treino um pouco pirosoas e que passava pela rua em grande alheamento a olhares do redor. aguçava ameias internas e estudava todas as modalidades de arremesso do assalto para as desmontar. o assalto ria-se, muitas vezes, de forma cavernosa. a certa altura, começando a tomar consciência da dificuldade que sentia em atravessar paredes mentais, apercebendo-se de que em certas circunstâncias já nem sequer o conseguia, tentasse o que tentasse, entediou-se e consumiu-se no seu próprio fracasso.

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