terça-feira, fevereiro 05, 2008

The Darjeeling Limited
by wes anderson

pouco ou nada senti de histriónico. o cómico de situação instala-se de modo a dar lugar tanto a riso como a desconforto. não há acutilância. mas há acutilância. porque o há na matéria. para já, esquivo-me à etiqueta tragicómica por não me sentir muito à vontade com ela. os carris dos afectos, sejam eles em torno da família, dos amigos, dos amores-amores, passam invariavelmente pelos espaços apertados dos corredores deste comboio. as viagens em que embarcamos, por oposição às fugas e projectos que declinamos, sejamos ou não perdoados por isso, perdoemos ou não o facto, reproduzamos ou não alguns dos erros que implacavelmente queremos imputar ao outro. a orientação - ainda bem - pela estética do destrambelhado, sugere muito mais do que revela. fica-me, por exemplo, o pequeno almoço do virar de costas absoluto da mãe por digerir. é terrível, sem que assim o seja na tela. hei-de conseguir ser mais organizada e detalhada ao pensar no filme, entretanto, se puderem, apanhem este comboio.


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