as dedadas na estação da trindade
num dos vidros que resguardam os passageiros das escadas, vestígios de mãos. uma mancha com forma, que se diria ter sido concebida por uma única mente, mas que, na verdade, resultava do repouso de muitas, todas as que no interregno de metros buscaram encosto para a verticalidade da espera. no vidro, translúcido, de geometria bem aparada, a circundar a boca das escadas, aquele desenho irregular e baço sujava. lembrava o trânsito humano na estação. o carimbo das mãos contra o retângulo transparente, que se queria impoluto, ecoava histórias de embarque. hesitei entre deixar o vestígio da minha própria mão no vidro, sobrepondo-a ao recorte de outras, ou ficar simplesmente a sentir a pluralidade de destinos que ali se haviam encostado. antes que pudesse decidir, chegou o meu metro. entrei e levei a impressão das impressões digitais para o resto do meu dia.
num dos vidros que resguardam os passageiros das escadas, vestígios de mãos. uma mancha com forma, que se diria ter sido concebida por uma única mente, mas que, na verdade, resultava do repouso de muitas, todas as que no interregno de metros buscaram encosto para a verticalidade da espera. no vidro, translúcido, de geometria bem aparada, a circundar a boca das escadas, aquele desenho irregular e baço sujava. lembrava o trânsito humano na estação. o carimbo das mãos contra o retângulo transparente, que se queria impoluto, ecoava histórias de embarque. hesitei entre deixar o vestígio da minha própria mão no vidro, sobrepondo-a ao recorte de outras, ou ficar simplesmente a sentir a pluralidade de destinos que ali se haviam encostado. antes que pudesse decidir, chegou o meu metro. entrei e levei a impressão das impressões digitais para o resto do meu dia.
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