velocímetro
meço a agenda a quinzenas. a semana tornou-se efémera de mais para ser uma unidade métrica de referência. o concerto a que fui na sexta anterior, por exemplo, parece-me ter sido no mês passado, embora os meros sete dias volvidos não se tenham feito sentir com uma consistência de durabilidade regular. não me explico isto: uma sensação de distância no tempo aliada à noção de brevidade dos pequenos ciclos que organizam a rotina. o primeiro efeito não é uma consequência lógica do segundo, como seria natural imaginar. não me assusto com o galgar da idade, nem com contabilidades de notário, mas ainda não sei muito bem que relação devo estabelecer com esta velocidade.
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