domingo, outubro 25, 2009

geometria

sou tia elevada a quatro. aos fins de semana, o meu quarto assemelha-se a um estacionamento de meninos. os meus irmãos vêm visitar os meus, aliás, os nossos pais. as minhas sobrinhas mais pequenas, ainda dependentes de colo, quando por alguma razão estranham o ambiente e começam a chorar, são pacificáveis de formas diferentes. a precisão do ângulo com que as amparámos no colo, determina o sucesso do apaziguamento. a mais nova, uma bebé de quatro meses, pára de chorar, se, no colo, estiver voltada para a frente, numa oblíqua ao tronco de quem a embala, com a zona do coração encostada ao coração do adulto. a maior, já com sete meses, também prefere estar voltada para a frente, mas não aprecia inclinações; há que ampará-la como a um plano paralelo ao peito. ontem discutia a questão com a minha mãe, como quem descobre uma chave geométrica para alcançar um segredo sagrado. a pacificação de uma alma em prantos, neste caso. constatei que não me lembrava de muitas rimas infantis, nem de canções de embalar. so me vinham canções dos 80's à mente. ai, tia, tia... a mais pequenina gosta de eurythmics e boney m.