sempre a gerar presente, sempre a gerar passado
já por cá escrevi sobre isto. ai que se tornam recorrentes certas vontades... treinar a evocação de momentos únicos experienciados. da irrepetibilidade dessa factualidade, desse dado absolutamente consumado - seja um ciclo, um dia, um momento dentro de um dia, um pixel dum momento - extrair o que ainda é reproduzível, ou seja, a essência espiritual da vivência, o sentimento que nos irrigava as veias na altura em que a ocorrência que seleccionarmos teve lugar. será impossível reverter completamente momentos disfóricos, até porque eles têm uma razão. uma função. são cinzéis. assim acredito. com concentração e treino (a repetição no tempo aprimora essa recuperação) o contrariar da contrariedade começa a surgir com espuma e força de projecção de onda; vem limpar qualquer coisa, apesar de a não chegar a dissolver por completo, obra do eterno compasso inexorável do cosmos, sempre a gerar presente, sempre a gerar passado.
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