sábado, janeiro 31, 2009

versículo 28

planta tudo isso num vaso. pode ser junto ao da hortelã. escolhe tu. vai gerninar à porfia, entre todas as florações do pátio. será extracto para a língua. pigmento para a pele. um caleidoscópio de células novas. não te atemorizes com o rigor do frio ou a inclemência da chuva. se for preciso, arranja uma estaca, para que inclines os rebentos para sol, quando ele estiver. mantém-te firme, vertical face à intempérie, mesmo que ela te dobre a espinha. tu sabes que a forma do espírito tem a anatomia do fogo. vertical. vertical. sempre a crepitar verticalidade. a alegria e o amor nunca te enganaram. sabes muito bem que até por dentro da tristeza são a ignição do universo. deixa os contraditores falarem. ao lado, o que tiveres por justo e genuíno. ao alto, todo o ouvido. não te esqueças de que prometeste simplificar. não apresses o mergulho mais profundo. se o apressares, assume, então, as fronteiras da tua caixa toráxica, os limites dos pulmões até conseguires voltar à tona e não te queixes.
parabéns.

1 Comments:

Blogger lupuscanissignatus said...

enraízado

filamento



(no cantinho

das

aromáticas)

03 fevereiro, 2009 19:24  

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