quarta-feira, outubro 15, 2008

o andrógino
a propósito de questões suscitadas por algumas passagens de Vale Abraão, procurei reler o mito platónico do andrógino.
(...) a nossa natureza original não era o que é hoje, longe disso. A princípio havia três géneros entre os os homens, e não dois, como hoje, o masculino e o feminino; um terceiro era composto dos outros dois: o se nome subsistiu, mas a coisa desapareceu: então, o real andrógino, espécie e nome, reunia num único ser o princípio masculino e o princípio feminino; agora já não é assim e só o nome ficou, como uma injúria. Em seguida, cada homem tinha a forma de uma esfera, com as costas e as costelas em arco, quatro mãos, outras tantas pernas e duas faces ligadas a um pescoço arredondado, absolutamente idênticas; para essas duas faces opostas, um único crânio, mas quatro orelhas, os órgãos genitais duplicados e tudo o resto, que se pode imaginar, sobre o mesmo modelo (...) Se havia três géneros, e tais como eu disse, era porque o primeiro, o masculino, era originariamente filho do Sol, o segundo, feminino, extraído da Terra, e o terceiro, participante dos dois, da Lua, porque a Lua tem esta dupla participação.

O Banquete Platão, Europa-América
no próximo post, há mais, agora é que já não são horas de estar na blogosfera.