o andrógino (cont.)
Como disse, tinham uma forma esférica e deslocavam-se circularmente, de acordo com a sua origem; daí derivam também a sua força terrível e o seu vigor. Tendo então concebido soberbos pensamentos, empreenderam contra os deuses o que diz Homero de Efialtes e Otos, que estes empreenderam subir até ao céu para atacar os divinos. Então, Zeus e os outros deuses deliberaram sobre o castigo a infligir-lhes e não sabiam que fazer: não havia meio de os matar, como aos gigantes, de os fulminar e aniquilar a sua raça —seria suprimir os homens e o culto que os homens lhes prestam—, nem de tolerar a sua insolência. Depois de uma penosa meditação, Júpiter dá finalmente a sua opinião:
“Creio que há um meio para que continue a haver homens e para que, tornados menos fortes, estes fiquem libertos do seu desrespeito; vou cortar cada um deles em dois, ficarão mais fracos e, ao mesmo tempo, aumentando o seu número, ser-nos-ão mais úteis; dois membros bastar-lhes-ão para caminhar; e, se reincidirem na impudência cortá-los-ei de novo em dois, de modo que terão de andar a pé-coxinho”
Assim dito, assim feito: Zeus cortou os homens em dois, como se corta a sorva para a fazer secar ou o ovo cozido com um cabelo. Cada um assim dividido, ordenou a Apoio que lhe voltasse o rosto e a metade do pescoço para o lado do corte, a fim de que ao ver-se assim cortado o homem assumisse o sentido das proporções; quanto ao resto, que o curasse! Apolo voltou então o rosto e puxou de todos os lados o que se chama agora o ventre, apertou como com o cordão de uma bolsa em redor da única abertura que restava e foi o que agora se chama o umbigo. Quanto às pregas formadas apagou-as na maior parte, modelou o peito com um instrumento bastante semelhante ao que usam os sapateiros para alisar os couros na forma, mas deixou algumas pregas no ventre, em volta do umbigo, destinadas a lembrar-lhe o que sofrera na origem.
Como disse, tinham uma forma esférica e deslocavam-se circularmente, de acordo com a sua origem; daí derivam também a sua força terrível e o seu vigor. Tendo então concebido soberbos pensamentos, empreenderam contra os deuses o que diz Homero de Efialtes e Otos, que estes empreenderam subir até ao céu para atacar os divinos. Então, Zeus e os outros deuses deliberaram sobre o castigo a infligir-lhes e não sabiam que fazer: não havia meio de os matar, como aos gigantes, de os fulminar e aniquilar a sua raça —seria suprimir os homens e o culto que os homens lhes prestam—, nem de tolerar a sua insolência. Depois de uma penosa meditação, Júpiter dá finalmente a sua opinião:
“Creio que há um meio para que continue a haver homens e para que, tornados menos fortes, estes fiquem libertos do seu desrespeito; vou cortar cada um deles em dois, ficarão mais fracos e, ao mesmo tempo, aumentando o seu número, ser-nos-ão mais úteis; dois membros bastar-lhes-ão para caminhar; e, se reincidirem na impudência cortá-los-ei de novo em dois, de modo que terão de andar a pé-coxinho”
Assim dito, assim feito: Zeus cortou os homens em dois, como se corta a sorva para a fazer secar ou o ovo cozido com um cabelo. Cada um assim dividido, ordenou a Apoio que lhe voltasse o rosto e a metade do pescoço para o lado do corte, a fim de que ao ver-se assim cortado o homem assumisse o sentido das proporções; quanto ao resto, que o curasse! Apolo voltou então o rosto e puxou de todos os lados o que se chama agora o ventre, apertou como com o cordão de uma bolsa em redor da única abertura que restava e foi o que agora se chama o umbigo. Quanto às pregas formadas apagou-as na maior parte, modelou o peito com um instrumento bastante semelhante ao que usam os sapateiros para alisar os couros na forma, mas deixou algumas pregas no ventre, em volta do umbigo, destinadas a lembrar-lhe o que sofrera na origem.
idem, ibidem
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