segunda-feira, setembro 08, 2008

a tal catarse sem terror
- se assim é, porque é que não escreves o presente?
-porque preciso de depurar a mágoa.
-e é justa uma despedida dita assim, no rescaldo?
- uma despedida é vitalícia, a tristeza não permito que o seja. hei-de escrever quando for maior a figuração vital do que o apagamento para a partida.
- mas a escrita ajuda a exorcizar tudo. não é essa uma das suas funções?
- aceito que assim seja convosco; para mim, é uma fonte de combustão, e eu não quero dar roupa e abrigo ao negrume, que ainda é o mais pregnante.
- mas a existência também resvala para o abismo, se escreveres, outros poderão sentir-se irmanados e compreendidos. nunca sossegaste ao ter contacto com a dor do outro? nunca sentiste a identificação do que é ser humano ao descer ao fundo, deixando de te sentires sozinha?
- sim. a tudo. mas nisto sou tenaz, como sabem: eu quero os dois pólos. não acendo a noite, não apago a aurora. aguardo até sentir a osmose, sem omissões, sem exclusividades.não acendo a noite, não apago a aurora.

2 Comments:

Blogger lupuscanissignatus said...

luminosas

inter

secções

08 setembro, 2008 22:08  
Blogger icendul said...

a busca de.

08 setembro, 2008 23:50  

Enviar um comentário

<< Home