terça-feira, maio 13, 2008

rosto de rádio [1]
com luzes a assinalar actividade, modalidade e boa captação de sinal. mono, stereo, turner, cd: os matizes de algum rubor por contraste com a palidez natural da pele. um dos botões, o sintonizador, com a prata coçada pela constante rotação em busca de frequências, nuns olhos de brilho fatigado pela procura e observação do redor aflita. o outro, o do volume, com sinais visíveis de manuseio, mas com uma tonalidade de oxidação diferente. uma espécie de amarelado petrificado numa camada da dentição dentro da boca, a natural amplificadora que nos foi providenciada e que, no caso em estudo, parece não ser usada há bastante tempo. ao lado, destacada, uma coluna antiga. está desprovida de força exteriorizadora: o cabo está desligado da aparelhagem, o fio não forma aquele arco invertido que balança em forma de ponte da coluna até à entrada na aparelhagem. não há qualquer canal para a travessia do som até à audibilidade pública. externa. não se captam os sons ou os simples estrugidos de ruído, quando o sinal não chega. de fora, porém, é bem notório o deslize constante da agulha de uma ponta à outra, em sintonização por fixar.
deixem-no estar sossegado.
[1] sem colunas

5 Comments:

Blogger Amita said...

Grata pela tua presença.
Voltarei para te ler, mais atenta e sem a pressa desta hora.
Bjinho e até breve

14 maio, 2008 22:47  
Blogger icendul said...

sempre bem-vinda, amita;)

14 maio, 2008 22:54  
Anonymous Anónimo said...

Sentei-me sem pedir permissão e fiquei a degustar este blog. Gostei. Espero que não tenha importunado. Abraços.

15 maio, 2008 00:06  
Blogger icendul said...

nesta casa é assim que se processa tudo: não são precisas permissões e toda a leitura maturada é bem-vinda. sempre:)

15 maio, 2008 10:56  
Blogger lupuscanissignatus said...

mau

tempo

no

canal

21 maio, 2008 00:11  

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