quinta-feira, maio 15, 2008

presenças na parede

a sombra das plantas em cima do muro e das que estão assentes logo abaixo, no pátio, aparecia, dispersa em pequenos triângulos esbatidos, a forma resultante da sua projecção contra a parede quando as nuvens destapavam o sol e a superfície de pedra se tingia de uma súbita epidemia geométrica, logo omissa pela vinda de uma nuvem mais espessa, que voltava a absover o sol, deixando a parede crua. vazia de qualquer sombra, pelo sugar repentino da luz. enquanto ardeu o cigarro, este on-off sucedeu-se em cerca de quatro ciclos. entretanto, fechei a janela. estava frio.

5 Comments:

Blogger Mauro Paz said...

Icendul,

Muito obrigado pela visita. Ótimo texto e composições de imagens.

Abraço,

17 maio, 2008 17:58  
Blogger icendul said...

sempre bem-vindo, mauro;)

17 maio, 2008 23:21  
Blogger André Dias said...

bonito texto. a forma súbita como acaba em retracção seca, retirando-nos da contemplação densa e solitária em que nos tinha enredado, tem o seu quê de severa e, ao mesmo tempo, derisória. enfim, triste...

21 maio, 2008 06:56  
Blogger icendul said...

curioso falares em tristeza: depois de ter observado o dito "on-off" vim postar preenchida pelo fenómeno se nenhuma sombra de disforia; relendo, agora, o post entendo o que apontas. fiz a transmissão à pressa!

21 maio, 2008 11:16  
Blogger lupuscanissignatus said...

pura

condensação

24 maio, 2008 01:19  

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