quarta-feira, janeiro 02, 2008

maria teresa
modinhas dos últimos tempos. estas duas senhoras distrairam-me das obrigações matinais. a audição é exigente: reenquadrar o timbre do registo arriscado e saborear a poética de sempre. tal como suspeitava, não foi fácil.

a voz de Teresa Salgueiro está configurada pelos vincos - escrevo vincos com o maior dos apreços e uma grande admiração, com a idade do primeiro álbum - dos Madredeus; desdobrá-los para se redobrarem com o
redondo brasileiro parece-me, pelo menos para já, em processo de maturação. continuarei atenta.









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Teresa Salgueiro Chovendo na roseira rapinar>

De Maria de Medeiros chega uma voz limpa e doce, não com a doçura do lado de lá do Português. A sua articulação entre os elementos é sempre mais intermitente, os elos de ligação numa cadência sempre mais marcada, menos contínua. Alguém dirá que o interesse será mesmo esse, a diferença dentro da especificidade: posso entendê-lo racionalmente, mas o coração do meu ouvido ainda não adere plenamente. Fica o agrado com a voz, ressalvo. Embora por razões distintas, acabo por sentir o efeito Castro, aqueloutro de há uns anos, no TNSJ: o de ouvir uma voz única em palco, bela, que me parecia, apesar de tudo, regulada talvez para um outro contexto.