subir as escadas do metro do marquês até à boca que se abre para o jardim é uma espécie de escalada a pé juntos. hoje não pude fixar a ilusão de luz em marcha, criada pelo deslize das escadas cimeiras sob o sol. a chuva caía em agulhas de prumo. as gotas sobre as árvores faziam ressonância no interior do corpo, como quando se ouve de perto um exaustor muito potente. a rua da constituição terminou o processo de me encharcar até ao osso, mas não conseguiu alcançar o abdómen e a cabeça. debaixo do meu guarda-chuva, pensava no poder que temos ao erguer uma mão para sustentar uma abóbada de pano, esticada por varetas. um gesto e a intempérie não entra. não vence. sentia os pés a gelar, o ânimo, esse, ia enxuto.
7 Comments:
algures, na minha library, escrevi:
http://remarkthecat.blogspot.com/2007/07/moments-of-being-dcclvii-broadway.html
Masnão interessa! O que fez ficar o meu óculo esquerdo com uma certa puerilidade foi a sempre oportuna questão ontológica enunciada! ;-)
*
e tanto "guarda-chuva" como "jardim do marquês" são motivos de reacção para sgc! oh, se são...:P
(eheheh*)
tb, visto q posso dar "vivas" ao texto , c o parapluie empunhado!:P *
de quem é esse guarda-chuva, hein?!
de facto...soa a vitória!!
dá...ânimo!:)
nos jornais corridos pelo chão sobre a humidade da estação escura, os vultos das escadas entrecruzam-se à luz de um céu azul que entardece. centenas de pernas transformadas em tesouras cortantes de desejos regressam a casa.
é o que sinto e não só quando saio na boca do marquês. fica a impressão, : )
Espectro*
un dress: pequenas fintas:)
espectro: gostei das tesouras*
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