terça-feira, outubro 23, 2007

a médica coçava a cana do nariz enquanto vasculhava a presença de algum intruso nos órgãos. o veredicto da ecografia foi adiantado entre bocejos: a muenina... a mue... uaaaa desculpe a menina não tem nada uaaa não vejo aqui nada é bom sinal mas venha levantar o resultado na sexta o utensílio do exame tinha um efeito de roll on fresco sobre o abdómen. no meio do processo, ainda tive de conter o riso, dada a intersecção de sensações de higiene matinal e perscrutação abdominal. o enjoo vai sendo derrotado pelas gotas mágicas e a casa, o corpo, gradualmente, areja.

2 Comments:

Blogger E. A. said...

As melhoras, cara Vértice.
Incrível como consegues retirar tanto de tão pouco - estados de doença.
Deve ser por infantilidade, por certo, mas odeio estar doente, é raro, por enquanto, mas como sou muito enérgica e alegre, qd fico doente, fico cheia de raiva e ansiosa por estar a perder tempo. Por isso, sou muito ritualista com os meus hábitos diários, para não ficar doente. Tenho a doença dos modernos, pelos vistos.

23 outubro, 2007 18:39  
Blogger icendul said...

obrigada pela visita, aveugle.papillon;)

a sensação de impotência espiritual face a uma mazela física é o que mais me atinge, daí o meu esforço instintivo em modelar esses tempos de um modo produtivo, testando a minha capacidade de sobrevivência à adversidade, sempre variável, sempre contextual, naturalmente. no entanto tb me faço através de compassos de acção. dos possíveis.

23 outubro, 2007 19:35  

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