Copas

e quando a noite se consolidava na sua essência cósmica, não importa a hora ao certo, alguma das cartas do naipe de copas empurraria com certeza a tampa da caixa do baralho para sair, para ser carta batida entre todas as outras. o naipe era invariável, seria factual aparecer uma copa; a carta, porém, era aleatória. o naipe era mais determinante por ser constante. a carta era mais determinante por ser a escolhida em cada um dos momentos. era normal ouvir insinuações do joker vermelho, à gargalhada dentro do baralho. era o primeiro a instigar uma copa a sair. o joker preto, apesar de ser joker, não era nada histriónico. afastava-se sempre que podia do vermelho. infiltrava-se entre as outras cartas, que reduzia ao seu poder de jogo. o 7 corta-te, não te jogues ou, pelo contrário, não te esqueças de que és Ás, guarda-te para depois.

e mais poderia ser dito, se não fosse sempre assim.