descobri a naifa há cerca de um ano, quando, por empréstimo, me veio parar a casa. na primeira audição o gume da naifa não cortou, não me pareceu especialmente afiado. às vezes, é assim. devolvido sem direito a pirateamentos ou penas de devolução, nunca me mereceu mais atenção, até ontem, quando uma casa vazia pedia música nova e, por preferências de segundo, que fosse portuguesa. a naifa revisitada não me foi a mesma. questões: a melodia seduz pela estranheza hábil da combinação fado-rockeira. gosto do timbre da vocalista. sinto alguns tropeções métricos, a que nem sempre reajo bem; os incondicionais dirão que a intenção é mesmo essa e que se é bom também é, ou é, exactamente, por isso. seja. há versos a que reajo menos bem. dei por mim a converter algumas passagens para inglês, suspeitando do obstáculo habitual que por vezes se ergue quando ouvimos banalidades no português, eco-mãe, e que em inglês escorrem como um bom verso... há hesitações de adesão que não teriam lugar se apenas lesse as letras, com certeza. mas a canção é-me sempre diferente.
um som que me acompanhou nas últimas horas.
um som que me acompanhou nas últimas horas.
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